sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Thoughts

A Velha e o Espantalho 
Numa quinta existia um espantalho que de espantalho não tinha grande coisa, os corvos gostavam de o assombrar pousar no seu ombro e sussurrar-lhe aos ouvidos que embora de palha fossem construídos, ouviam igual ou ainda melhor do que um ouvido de um qualquer animal. Sussurram-lhe histórias e estórias que não existem, inventam factos só para o atormentar, para o por a tremer só de imaginar tais actos. Ao principio quando ainda era novo o espantalho os corvos conseguia espantar e ignorar, mas com o passar do tempo os ombros foram vergando as histórias dos corvos que não existiam passaram a existir, algumas por mero acaso, outras porque só dois finais poderiam existir um feliz e um infeliz, as leis das probabilidades não o favoreceram. Já indiferente, ele corvos foi deixando pousar nos seus ombros, até os corvos formarem um autêntico bando nos ombros cada vez mais curvados do triste espantalho.
Existia uma velha que nada tinha de velha, desde pequena que decidiu que para sempre queria ser criança, não ligar as preocupações do mundo dos "adultos" tudo os que tornavam chatos, insensíveis, falsos e mentirosos, era por isso que a velha que não tinha nada de velha ninguém sabia a idade, sabiam que ela sempre existiu. Histórias ela adorava de ouvir e contar, histórias que ela aprendeu com o convívio com outras pessoas, pois ela amava o contacto com outras pessoas especialmente as crianças e as suas histórias que ela depois transformava em contos que levavam as pessoas a viajar por um mundo onde não existia tristeza, tudo era inocente e feliz. A velha tive vários pretendentes, amantes mas nenhum a verdadeiramente compreendia e por causa disso sempre se sentiu vazia.
Um dia nos seus passeios de bicicleta a velha, cruzou-se com uma figura curvada num campo de milho, era o espantalho que de tanto corvo que deixou pousar nos seus ombros estava prestes a cair e no chão ia ficar esquecido até ser devorado pelo passar das estações indiferentes ao estado do espantalho. A velha atravessou o campo, enxotou os corvos, endireitou o espantalho e contou-lhe várias histórias. 
Todos os dias agora a velha passava por aquele campo, espantava os cada vez mais escassos corvos e contava ao espantalho uma história. O espantalho que de espantalho não tinha grande coisa, já não se curvava e a velha que nada tinha de velha já não se sentia vazia.
Os dois acordavam só com uma coisa no pensamento, quando se voltavam a encontrar, quando é que novamente os seus cheiros de novo se misturavam, quando é que ouviam e contavam histórias. Por vezes passava pela cabeça do espantalho a raiva de estar agarrado aquele corpo o de ter a boca cosida, a velha o facto de ninguém quer aquele corpo e entristecida pensava que o espantalho só a compreende porque não pode falar e mover-se.
No final de um dia em que o tempo é esquecido o espaço imaginado, a velha aproximou-se do espantalho acariciou a face de serapilheira do espantalho, a medida que ia passando com os dedos os fios de palha iam desaparecendo ao mesmo tempo que as rugas da velha também desapareciam, o renovado e novo cabelo dos dois entrelaçaram-se, o fio que cosia a boca do espantalho caiu e uma boca que tanto queria falar agora nada dizia surgiu chocando com os lábios da nova velha, os dois nos seus novos corpos desapareceram, para ficar para sempre num sítio onde o tempo é esquecido e o espaço imaginado.

p,s - livrar de alguns clichés, melhorar o final(melhorar tudo) rascunho, tv mudar o nome de velha. Geezzz, enfim tudo hei-de resolver amanha se o tempo for amigavél!
pps - "Vai ler a gramática"?!
ppps - FUCK THE RULES!!!

some music (nem sabia que existia a porra de uma música chamada scarecrow):


 

Sem comentários:

Enviar um comentário