Realidade II
Carlitos era um menino traquinas e espertalhão que gostava de brincar aos fantoches, puxando-lhes as cordas com destreza fazia maravilhosas encenações.
Muitas vezes quando acordava de manha ainda enrolado do sono, lá ia ele ao pátio alimentar o seu monstro. Chamava monstro ao seu vício de enrolar os fantoches em enredos e o verdadeiro mundo esquecer.
Muitas vezes quando acordava de manha ainda enrolado do sono, lá ia ele ao pátio alimentar o seu monstro. Chamava monstro ao seu vício de enrolar os fantoches em enredos e o verdadeiro mundo esquecer.
O mundo que ainda agora apelidamos de verdadeiro, é apenas uma das faces de verdade que existe no mundo, e Carlitos sabia disso. Já ele tinha vivido noutras verdades e a verdade onde actualmente vivia com os seus fantoches ele se abstraia, para ver se aquela realidade esquecia, ou ao menos a tornar mais interessante.
Apesar disso Carlitos era adorado pelas pessoas do mundo onde vivia, elas gostavam da sua maneira diferente de ver as coisas, para elas ele era um visionário. Ele sabia disso e por vezes também ele se tornava um fantoche sem cordas e partilhava restos da sua imaginação, nada que fosse de difícil compreensão, só para os outros agradar.
No pátio não só de manhã ele costumava alimentar o seu monstro, mas sim a qualquer altura que pudesse escapulir do seu enfadado trabalho. O seu teatro era partilhado por pessoas que também vinham de outros mundos e também gostavam de brincar com fantoches. Ajudavam também a alimentar o monstro, traziam madeira, que esculpiam colavam cordas e com os seus fantoches esfumavam as suas encenações.
Encenações que para Carlitos eram mais do mesmo, sobre a realidade verdadeira onde viviam sem qualquer ponta de imaginação eram mais queixumes do que interessantes histórias. Mesmo assim ele ouvia e várias vezes nada dizia, porque o discurso iria repetir, acabando por enfadar a sim próprio e talvez os outros que o acompanhavam.
Estas encenações eram privadas, escondidas do olhar dos outros especialmente dos cabeças gordas, e dos língua grande. Os cabeças gordas, tinham a cabeça gorda de tanto ar que tinham lá dentro, ar não composto de oxigénio mas sim de estupidez, as suas cabeças inchavam porque nunca exteriorizavam a sua estupidez. As cabeças só não rebentava de tanta enormidade porque o corpo a soltava indirectamente através de sonoros e malcheirosos peidos e arrotos.
Esses cheiros só os língua grande conseguiam suportar tal pestilência, suportavam a pestilência porque eram os língua grande que enchiam a cabeça dos cabeças gordas no caso de algum se lembrar de exteriorizar a sua estupidez pela boca ou de sofrer um grave ataque de flatulência, encostavam a língua grande a orelha caída do cabeça gorda e assopravam-lhe letras inventadas, formando palavras falsas, frases distorcidas que resultavam em contos estúpidos que enchiam a cabeça cheias de peles penduradas dos cabeças gordas.
Os cabeças gorda eram os que julgavam que eram donos da terra e vontade dos realizadores, o que acabava por ser verdade porque a maior parte dos realizadores sucumbiam a sua vontade aos cabeças gordas, Carlitos era dos únicos senão o único que tentava fazer o que queria - Eu tenho vontade e pensamento próprio! - era a sua filosofia, mas há sempre alturas em na vida em que engolimos a nossa forma de pensar e quanto mais forte é o pensamento mais difícil é a sua digestão. Estas indesejadas refeições e o não saber bem o porque de as tomar, fez com que Carlitos aumentasse o seu desejo por estar frequentemente em encenações ao ponto de estar a falar com os cabeças gordas e a tudo dizer que sim como um robô sem qualquer tipo de emoções, a seu pensamento não estava naquela realidade para ele estúpida, ele encontrava-se noutra realidade seu plano imaginário.
p.s - to be continued
e agora uma rocklhada à antiga:
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