quarta-feira, 17 de março de 2010

Thoughts

Morre lentamente quem não viaja

"Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!»

Pablo Neruda


Nada digo
Nada digo
pois nada tenho nada a dizer
as palavras que dissesse
facilmente ias esquecer. 

Nada sai, 
estou entalado
preso no sono
estou monótono

A nuvem da maldição 
bloqueia a canção
que costumo trazer.
Nada me apetece fazer.

Estou mole,
nem o sol
a soprar na cabeça
como um fole,
rebenta com a puta do caracol.

Oh, não um palavrão!
Eu gosto de praguejar
é a melhor forma de demonstrar
uma enraivecida emoção.

Tentei fechar os olhos, não consegui
a cafeína como dois palitos 
não deixa descansar os pirolitos
acordado fico "tipo zumbi".

Com a carne já devorada,
decidi dar forma aos ossos.
Outrora já foram colossos 
do exercitar antes da alvorada.

Endorfinas o sistema libertou
o morto-vivo devorou,
voltou a tocar,
a rufar a velha canção.

Max Cavalera: 






 

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