Tristeza
Esquece o meu ser:
Esquece quem fui, quem sou e quem serei!
Sou um nada no meio de nadas num mundo que é um todo.
Todos os dias, desejas que seja esta a minha filosofia.
Esquece que eu existo coração de xisto:
Já me resta pouco giz com que colorir a negra paisagem,
sempre indeciso no momento de cobrir a tua passagem
por ter medo e ser avarento o teu manto demasiadas vezes eu visto.
Esquece a minha voz:
Não a sufoques mais no teu suor melancólico ser atroz!
Não me deixes sozinho com o meu silêncio!
A indiferença faz-me achar o mundo fictício.
A tristeza vai e vêm
afoga os que já não tem força para lutar,
alguns ficam a flutuar
à espera da morte, julgam eles ser a sua sorte
de uma vida sem norte.
Eu já me precavi de tanta tristeza que já vi
e umas bóias eu adquiri.
Soprei nelas os versos que agora escrevi
e vamos ver quem ri
quando a próxima maré vier.
Já construí um barco:
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