terça-feira, 7 de setembro de 2010

Thoughts

Mais uma personagem:


Inocente Eva 


Serenata
Em tua fronte descansa o matiz das papoulas
e o luto das viúvas encontra eco, oh piedosa:
quando corres atrás das vias férreas, pelos campos,
o ágil lavrador volta-te as costas,
de tuas pegadas brotam a tremer os doces sapos.

O jovem sem lembranças saúda-te, pergunta-te por seu esquecido
                                                                                                                     desejo,
as suas mãos movem-se na tua atmosfera como pássaros,
e a humidade é grande ao seu redor:
atravessando seus pensamentos incompletos,
querendo alcançar alguma coisa, oh procurando-te,
seus olhos pálidos palpitam em tua rede
como instrumentos perdidos que de súbito brilham.

Ou lembro o primeiro dia da sede,
a sombra apertada contra os jasmineiros,
corpo fundo em que te recolhias
como uma gota a tremer também.

Mas acalmas as grandes árvores, e sobre a lua, ao longe,
vigias o mar como um ladrão.
Oh noite, minha alma surpreendida pergunta-te
com desespero pelo metal de que precisa.
Pablo Neruda - Residência na terra.

E agora andam sempre a procura da maçã:
Trichrome Blue from Lois van Baarle on Vimeo.

Porque é a minha maneira de ver as coisas:
 
 Carbon Dating - Basquiat

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