segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Thoughts

Lê isto, torna-te ORIGINAL!
Despacha-te, rápido, a tua escrita tem que ser uma escrita telegráfica. Frase curtas, rápidas. Já viste o número de conteúdos que existem disponíveis hoje em dia?! O número de janelas que uma pessoa tem sempre abertas no browser?!
A leitura na internet não é feita para reflectir. Agora para a maioria das pessoas a leitura tem que ser como o fast food; rápida e flatulenta.
FODA-SE! Só para despertar o interesse e atenção de quem está a ler estas palavras e continuar interessado.
SEXO, não é bem o próximo tema mas capta a atenção.
CRIME!
Boa leitura pornográfica.
 

Existencialismo
Olá Sr. 61022095, como tem passado?
- Olhe preciso de um homem de negócios, o 725178710 está por aí?
- Não, como sempre está nas finanças a tratar do pagamento de uns impostos. Penso que sejam do negócio que fechou a semana passada. 
- Então vou-me embora, adeus 14556780.

Olá 218345670, já não te via aos tempos.
- Tanto tempo que agora já não sou a 218345670. Demite-me do trabalho, fartei-me de números e agora sou a 11418323075. Resumindo a minha vida actual: agora estou a candidatar-me a bolsas, entretanto sobrevivo do subsidio de desemprego.
- Foi um prazer rever-te, mas tenho que ir ter com a Carla.
- Ok, estou a ver que ela continua a viver no seu mundo, ainda não se apercebeu que para o resto do mundo não passamos de números.
- Pá ela diz que Carla registada como ela há só uma.
- Vive um pouco alienada?
- Não, acho que ela tem é um bom número na conta bancária, o que lhe permite algumas extravagâncias. Adeus, até uma próxima.
- Adieu  


VIOLÊNCIA, VOYEURISMO, JOVEM VIOLADA E ASSASSINADA!
E para os resistentes, outro tipo de existência:
SÊ ESTÚPIDO, continua a ler!

Dobras da Primavera Negra
"...Um fato! Não há necessidade escrever sobre a China. Escreva sobre isso! Sobre o que está dentro de você... a grande e vertiginosa formação de vértebras... os zoospórios e leucócitos...  os wamroths e os holenlindens... cada um é um poema. A água viva é um poema também... a mais bela espécie de poema. Você a cutuca aqui, cutuca-a acolá, ela se escorrega e amontoa, ela é agitada e coalhada, tem um cólon e intestinos, é vermiforme e ubíqua. E Mowgli no jardim assobiando para cobrar o aluguel, ele também é um poema, um poema de orelhas grandes.
   - Ele está perdendo o juízo - diz Jill.
  - Errado de novo, diz Jabber. - Eu acabo de encontrar meu juízo, só que é uma espécie de juízo diferente daquela que você imaginou. Você pensa que um poema precisa ter capa em volta. No momento em que você escreve uma coisa o poema cessa. O poema é o presente que você não pode definir. Você o vive. Qualquer coisa é um poema se contiver tempo. Você não precisa tomar uma barca ou ir à China para escrever um poema. O mais belo que já que já vivi foi uma pia de cozinha. Já lhe falei sobre isso. Havia duas torneiras, uma chamada Froid e a outra Chaud. Froid vivia uma vida in extenso, por meio de um tubo de borracha preso a seu bico. Chaud era brilhante e modesta. Chaud pingava o tempo todo, como se tivesse gonorreia. Nas terças e sextas-feiras ia à Mesquita onde havia uma clínica para torneiras venéreas. Nas terças e sextas-feiras Froid tinha de fazer o trabalho. Era um colosso para trabalhar. O trabalho era todo o seu mundo. Chaud por outro lado tinha de ser acariciada e agradada. Você precisa dizer "não tão depressa" senão ela lhe arrancaria a pele de tão quente. De vez em quando elas trabalhavam em uníssono, Froid e Chaud, mas isso era raro. Nas noites de sábado, quando lavava meus pés na pia, eu me punha a pensar como era perfeito o mundo em que reinavam essas duas. Nunca havia coisa alguma além dessa pia de ferro com suas duas torneiras. Não havia princípios e não havia fins. Chaud, a alpha, e Froid, a ómega. Perpetuidade. Gemini reinando sobre a vida e a morte. Alpha-Chaud escorrendo por todos os graus de Fahrenheit e Reaumur, por limalhas magnéticas e caudas de cometas, pelo caldeirão fervente de Mauna Loa até a luz seca da lua terciária; Ómega-Froid escorrendo pelo Gulf Stream e entrando no leito paludal do mar dos sargaços, correndo pelos marsupiais e foraminíferos, pelas baleias mamíferes e fissuras polares, escorrendo através de universos insulares, através de cátodos mortos, através de ossos mortos e podridão seca, através dos folículos e tentáculos de mundos não formados, mundos não tocados, mundos não vistos, mundos não nascidos e perdidos para sempre. Alpha-Chaud pingando; Ómega-Froid trabalhando, trabalhando. Mão, pés, cabelos, rostos, pratos, hortaliças, peixes lavados e levados embora; desespero, tédio, ódio, amor, ciúme, crime... pingando, pingado. Eu Jabberwhorl, e minha esposa Jill, e depois de nós legiões e legiões... todos em pé ao lado da pia de ferro. Sementes caindo através de ralo; mamões novos, abóboras, caviar, macarrão, bile, cuspo, catarro, folhas de alface, ossos de sardinhas, sais de Kruschen, mingau de aveia, fumo mascado, pólen, poeira, gordura, lã, fios de algodão, palitos de fósforos, minhocas vivas, trigo moído, leite fervido, óleo de ricino. Sementes de detritos indo embora sem parar e voltando sem parar em puros golpes de uma milagrosa substância química que recusa ser denominada, classificada, rotulada, analisada ou tirada e dividida. Voltando como Froid e Chaud perpétuamente, igual a uma verdade que não pode ser afogada. Você pode lavar seus pés ou gargarejar na garganta; pode limpar o sabão de seus olhos ou tirar a areia das folhas de alface; pode banhar o recém-nascido ou esfregar os membros rígidos do morto; pode molhar pão para fazer fricadelas ou diluir seu vinho. Primeiras e últimas coisas. Elixir. Eu, Jabberwhorl, provando o elixir de vida e morte. Eu Jabberwhorl, composto de restos e H2O, de quente e frio e todos os reinos intermediários, de escuma e crosta, da mais fina e mais minúscula substância nunca perdida, de grandes suturas e osso compacto, de fissuras de gelo e tubos de ensaio de sémen e óvulos derretidos dissolvidos, dispersados, de bico de borracha e macho de bronze, ou cátodos mortos e infusórios coleantes, de folhas de alface e luz solar engarrafada... Eu Jabberwhorl, sentado na pia de ferro estou perplexo e exaltado, nunca menos e nunca mais que um poema, uma estrofe de ferro, um folículo fervente, um leucócito perdido. A pia de ferro onde cuspo o meu coração, onde eu banho os meus tenros pés, onde eu seguro o meu primogénito, onde eu lavo minhas gengivas doridas, onde eu canto como uma tartaruga com as costas em losangos, onde eu estou cantando agora e cantarei para sempre através de tampas de ralos e ferrugem de torneiras, embora o tempo escoe e eu seja tudo quanto existe de presente, passado e futuro. Cante, Froid, cante transitivo! Cante, Chaud, cante intransitivo! Cantem Alpha e Ómega! Cantem Aleluia! Cante, ó pia! Cante enquanto o mundo afunda...
  E cantando alto e claro como um cisne ferido de morte na cama nós o pusemos.
Henry Miller - Primavera Negra



p.s Que é isto o gajo fala de frases curtas e depois mete aqui um texto enorme! E eu a espera de sexo, violência. O gajo deve ser marketeer.

Falar em marketing, OLHÓ ANÚNCIO:

está engraçado, mas nota-se que houve cenas para encher chouriços.


vender o conceito.


Faz lá isto com um Iphone!

REDES SOCIAIS, AMBIENTE, ESTILOS DE VIDA, VOYEURISMO VIRTUAL:

Já sei o que se passa, publico isto no facebook, limpo a minha consciência e continuo a deixar o pc ligado o dia todo.


 Mor a quem estás enviar mensagens sem parar?
- Estou actualizar o meu twitter.
- Eu pensava que isto era um momento para ser partilhado unicamente entre nós os dois.
- É a evolução - pronto, tinha que estragar tudo - já te disse o quão estás bonita hoje.
- Parvinho.
- Já me safei.




  

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