p.s: O original é sempre modificado na sua execução,
novas ideias surgem e desaparecem num turbilhão.
Abençoado o natal em que se recebe espadas de Hí-Man!
O ponto fraco do pai natal é um pontapé no saco!
Entre dois mundos.
Fumei uma à janela; sempre com as mãos a apertar os colhões, não fosse eu urinar-me esqueleto abaixo. Acabo de fumar, corro para casa-de-banho, ao acto de correr juntei o acto de desabotoar a braguilha; um verdadeiro pacto.
De fronte para sanita fico aos saltos, uma mão quebra-nozes, quase quebro as próprias, com a outra mão tento controlar a turbulência causada pela aflição, e consigo levantar o tampo para cima; pena o processo não ter sido perfeitamente imaculado, não me livrei de umas gotas nas boxers, também alguém que me consiga apontar uma pessoa imaculada, e serei o primeiro a atirar uma pedra. – conselho de amigo: rapa os pinteilhos, é mais higiénico, e elas vão lá com mais vontade.
Olhos colados na pequena janela; o Sporting que não ganha, Portugal que não avança, trabalho de sonho que não aparece, a Foda que ainda não dei na vizinha.
Engulo e aspiro a saliva de alívio; olho para a sanita e reparo nas pingas a expandir-se na sanita. Isto parece um Kandinsky, versão Duchamp! – vou pensado, enquanto mecanicamente as minhas mãos, se dirigem ao rolo de papel higiénico. Claro só podia estar vazio!
A vida é efémera; a arte é vida; a arte é efémera; PUTA QUE PARIU O TEMPO!!!
Penso nisto, sentado na cadeira a frente do portátil com a sensação de que me esqueci de qualquer coisa. Adiante qual é o álbum que vou sacar; sim o álbum homónimo dos Suicide, parece-me combinar perfeitamente com Berserk.
Os peidos silenciosos que vou soltando, levam-me a realizar, que o que ficou esquecido foi não ter bombardeado o mar de negro.
Bom, bom, era fazer um desenho barra colagem, inspirado em umas imagens Berserkianas. Eu, com cara de quem acabou de sorver whisky; em vez de capa, o magnifico sobretudo, e claro o grande espadalhão; cabeças de reinas com os olhos esbugalhados voam; um pai natal cortado ao meio, com dinheiro a esguichar, em vez das habituais tripas e sangue; aqueles chupa-chupas americanos, são postos como fundo em forma de caralho, chupa-chupa dondoca consumista; o treno em forma de vagina, leva com o saco de prendas.
Foda-se onde é que está é o papel! Arghhh, era essa a merda esquecida.
A arte é vida; a vida é efémera; efémera é a arte; PUTA QUE PARIU O ESQUECIMENTO!!!
Conselhos das fagulhas de Natal:
Alguém que sabia que por vezes o silêncio não é de ouro! Atenção mais vale um silêncio honesto, do que uma chifrineira desonesta. Pior é o silêncio planeado, por mulheres que apenas desejam adulação e idolatração, homens que tem orgulho fartam-se de estar de joelhos, sem ter algum som em troca. Uma coisa é ser-se apaixonado, e não se importar com o ridículo do sentimento, outra é ser-se ridicularizado pelo silêncio.
Natal sem Hí-Man
Para os que ainda andam a dormir:
Conselhos das fagulhas de Natal:
Natal sem Hí-Man
Cansei-me de lutar, por uma Deusa egoísta.
Fizeste-me lembrar, o porquê de ser ateu:
A paixão cresce na partilha do nosso eu,
como a partilhar, senão existe um ideal Altruísta.
Quem é o ignorante que passa a vida ajoelhado?
O desgraçado que se perdeu no teu feitiço.
Quem é o ignorante que gosta de ser ignorado?
Encerrado numa luta pirrica, fatídico enguiço!
Até o canideo mais fiel.
Torna-se amargo como o fel,
Se ao seu coração,
Não é dada atenção.
Cansado coloco a espada e armadura a um canto,
um dia talvez vá novamente contra moinhos lutar.
Resta deixar desparecer a rigidez vinda do pranto;
Que rápido desapareça, não vá a espada enferrujar.
Já dizia o Poeta que é normal o apaixonado acompanhar-se do ridículo,
Mas não disse para ser ludibriado por um escorregadio caminho obliquo.
Ferido! Humilhado! Cansado! Faço agora da luxúria o meu casulo,
à espera do desabrochar da primavera, descansa o príncipe inócuo.
Para os que ainda andam a dormir:
"Não são muitos os homens que sabem praticar o amor. A média das queixas masculinas refere-se à frigidez das mulheres, mas isso é ser como o amador que acusa o violino por a música não ser bela.
Por exemplo, há a forma de despir uma mulher. Dela depende torná-la de gelo ou trazê-la a uma estado de grande excitação. Deixar ser a mulher a retirar a roupa é um erro. O homem deve proceder à tarefa acompanhando-a de beijos, à medida que for relevado cada encanto.
Ir logo direito ao alvo é um erro, se não puro egoísmo. Deveria ser precedido de beijos, apalpões e carícias. O mons veneris deve merecer os respeitos com um beijo sequioso e o clítoris ser excitado com uma língua activa. Só então deve proceder-se à principal tarefa. Se este conselho for seguido, os homens poucas mulheres encontrarão frias e alheias.
p.s - delicadamente com a ponta dos dedos
Poetas:
Bonito, não é?!
Escrita, honesta:
Note to myself:
Afonso:
Entendo bem o zelo que te anima.
Mas, caro Tasso, acho que tu devias,
Se possível, e durante algum tempo.
Gozar o mundo livre, distrair-te,
Melhorar o teu sangue
A harmonia dos sentidos de novo
Equilibrados dar-te-ia então
O que em vão buscas nesse ardor confuso.
Tasso:
Meu Príncipe, isso é só aparência;
Estou bem quando me posso dedicar
Ao trabalho, é o trabalho que me cura.
Conheces-me bem, sabes que a abundância
Ociosa me faz mal. E o repouso
É o que menos me descansa. A minh'alma
Não foi destinada pela natureza
A navegar sobre o elemento facíl
Dos dias prò mar imenso do tempo.
Afonso:
Tudo o que pensas e fazes te leva
Prò mais fundo de ti. À nossa volta
Há muito abismo cavado plo destino;
Mas o mais fundo é o nosso coração,
Que nos tenta, nos convida a saltar.
Livra-te de ti próprio, é o que te peço!
O que o poeta perde, o homem ganha.
Tasso:
Esse ímpeto que dia e noite sinto
Varrer-me o peito, em vão tento travá-lo.
Se não posso pensar nem fazer versos,
Não é vida para mim a minha vida.
Tenta impedir o bicho de fiar
A sua seda, nesse fiar para a morte:
Vai tecendo essa trama preciosa
A partir de si próprio, e não desiste
Antes de se encerrar no seu caixão.
Ah, se um bom deus nos desse a nós um dia
O invejável destino desse verme,
Pra podermos depois soltar as asas
Num radioso vale ensoleirado!
Goethe - Torquato Tasso edições Relógio de Água

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