Praticar
Escolhe algo que gostes e pratica, mas pratica afincadamente, só assim é que construirás automatismos que te vão ajudar a melhorar a fazer aquilo que gostas.
Pratica até que o amor passe a obrigação, mais tarde vais colher os seus frutos e respectiva satisfação.
Senão tiveres inspiração, recua ao tempo em que a tua musa não tinha horrores em acariciar-te, pega nos teus velhos rabiscos e passa-os a limpo.
Fora de tempo?!
Amor hoje em dia é paixão! Antigamente o amor era para todo o sempre...Aos apaixonados.
Não construas primeiro o pedestal para depois te seduzires pelo ideal da beleza e lá colocares a tua deusa.
Conhece primeiro a tua divindade, até já não ligares a sua beleza. De seguida destrói o pedestal, se ela for a tal vai-te tratar como um igual. Quando isso acontecer já a podes tratar como uma deusa!
Aos quebrados.
O amor é construído e solidificado com a convivência quer ela seja má ou boa. Sendo a última a mais desejada e difícil de manter, enquanto a primeira é mais viciosa por se estar sempre a espera que um dia venha a bonança.Através da partilha do tempo e espaço, começa-se a aprender a gostar dos defeitos da outra parte, até eles ficarem entranhados na tua pele.
O saber lidar um com o outro é o suor do amor. Até quanto estás disposto a suar, o cheiro pode vir a ser nauseabundo, mas a recompensa da companhia é bem melhor que a solidão de um coração vagabundo. É mais recompensador ter sentidos e andar aos trambolhões, do que viver para sempre adormecido.
Imaginemos que os dois já ultrapassaram a fase da descoberta e conhecimento e apresentação das suas maleitas um ao outro, nesta fase não está nada garantido, aliás nunca nada está garantido, especialmente no amor que é uma luta constante de encaixe de egos e vontades.
Se por alguma razão as duas partes se separam durante um período, até a saudade passar a ser um hábito, evoluído para esquecimento. O cimento da convivência começa a esmorecer, esquece-se do seu sorriso matinal ao ouvir a tua voz a chamar por ela, esquece-se o calor envolvente do outro corpo, esqueces a cara relaxada e riso livre de preocupações após sexo.
Nesta separação as duas partes vivem-na de forma diferente. Excepto no inicio onde ambas sentem a saudade, a apertar o coração de tanto sentirem a falta um do outro. Depois, quem mais sofre é quem fica na realidade que outrora ambos viviam, reminiscências assombram-no constantemente, um devaneio que pode levar a loucura. Quem vive numa nova realidade, vai aos poucos esquecendo os maus e bons modos que no passado tanto adorava, até que curada inicia um novo ciclo.
Para os falsos racionalistas, um novo começo até lhes pode fazer bem. Mas pobres coitados, por não saberem que tudo é um ciclo. As vivências anteriores vão-se repetir, o seu ciclo é que pode ser mais longo ou mais curto. O teu coração de ferro vai-se tornar oxidado das lágrimas interiores.
Aos apaixonados comerciais de paixões fúteis e programadas conforme as expectativas, que lhes foram criadas através dos vários instrumentos que os organizadores da população tem ao seu dispor, a esses pobres coitados que andam constantemente a procura da felicidade, pois assim nunca a vão encontrar, merecem o seu destino. Preguiçosos, narcisistas, continuem a beijar o vosso reflexo no espelho durante a manhã, vão ter com o vosso novo brinquedo, e que o vosso coração de esponja viva para sempre seco.
No final, esqueces e duvidas do esforço feito para manter a convivência, os tempos de reflexão sem convívio numa nova realidade levam ao olvidar da paixão.
Afinal amar também dá trabalho.
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