HISTÓRIA DE INVERNO
A mulher de água
traz limos nas espáduas.
Tem olhos de lagoa.
e o corpo como um rio.
Traz musgo sobre os seios
e a sua voz da frio,
o seu olhar magoa.
Mas não lhe sei o nome!
Estende os cabelos de água
no inverno dos meus olhos,
dorme na minha sorte
por toda a noite insone.
Faz um rumor de chuva,
tem um sabor de morte.
Mas não lhe sei o nome!
Carlos de Oliveira - Colheita perdida (1948)

Sem comentários:
Enviar um comentário